12/04/2020
16h50
Sebrae pequenas empresas

Empresas estão buscando meios de se manterem vivas, apesar da crise do coronavírus, segundo pesquisa do Sebrae. Mais de 60% das pequenas empresas tiveram que fechar por tempo indeterminado.

Sebrae pequenas empresas

De cada 10 donos de empresas, 6 já foram atrás de bancos em busca de crédito para sustentar seus negócios e tiveram seu pedido negado. Esses dados foram levantados em uma pesquisa realizada pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

O órgão informou ainda que muitos dos empresários conhecem pouco sobre as medidas tomadas pelo governo e pelos bancos no quesito de linhas de crédito. Para você ter uma ideia, 29% não sabem quais são as medidas oficiais e 57% somente ouviram algo a respeito disso.

Sobre a pesquisa do Sebrae

Primeiramente, essa pesquisa entrevistou 6 080 empresários espalhados por todo o Brasil durante os dias 03/04 e 07/04. O foco dessa pesquisa foi entender quais os impactos causados pelo coronavírus nas pequenas empresas.

Certamente, muitos dos empresários, cerca de 73%, consideravam a situação financeira de suas empresas, antes do coronavírus, como razoável ou até ruim. Por volta de 18% dos entrevistados demitiram pelo menos um funcionário nos últimos 15 dias.

Outro ponto importante é que por volta de 62% dos entrevistados pausaram seus negócios temporariamente ou em definitivo. Dos 38% restantes, que ainda estão abertos, a grande parte alterou seu funcionamento. Essa alteração está acontecendo por meio do foco em entregas e na priorização do atendimento através da internet, além da redução do horário de funcionamento.

Foi descoberto ainda que as empresas estão enfrentando dificuldade em conseguir crédito e, além disso, enfrentam diminuição brusca de seu faturamento. Por volta de 88% dos entrevistados tiveram uma queda de 75% em seu faturamento. É previsto que as empresas consigam ficar com esse faturamento baixo e se manterem vivas por mais ou menos 20 dias.

Medida Governamental

Com a chegada do fim de março, o governo divulgou a criação de uma linha de crédito emergencial voltada para a folha de pagamento de funcionários em pequenas e médias empresas. Ao todo, são esperados que R$40 bilhões sejam divididos entre 1,4 milhão de empresas, desde que essas se comprometam a não demitir o funcionário nesse tempo.

Desses R$40 bilhões, R$34 bi vieram do Tesouro Nacional, enquanto o remanescente veio de bancos privados. Por outro lado, os bancos que aderirem a essa linha de crédito recolherão 5% menos dos depósitos compulsórios ao BC (Banco Central) até o término do programa. Ao todo, os bancos terão R$6 bilhões a mais em caixa por causa da dedução.

Adiamento de dívidas

No último mês, alguns dos maiores e mais tradicionais bancos do país anunciaram que irão prorrogar, em até 60 dias, o vencimento de parcelas de dívidas dos clientes, sejam eles pessoas físicas ou micro e pequenas empresas.

Porém, tanto as pessoas físicas quanto as empresas estão tendo dificuldade em conseguir acesso a esse período de pausa, e ainda requerem a diminuição dos juros mais altos em novas operações de crédito.

Segundo o Banco Central, o motivo dessa dificuldade na busca das empresas por algumas linhas de crédito é pelo fato do risco de inadimplência ser maior.

Outras medidas contra a crise

Mais importante, o Sebrae comunicou que 50% de sua arrecadação será voltada para linhas de crédito para as pequenas empresas. Esse capital é destinado ao Fundo de Aval para as Micro e Pequenas Empresas, que deve cobrar taxas mais baixas, com maiores prazos e também maior período de carência.

O uso desses recursos está previsto na MP (Medida Provisória) 932/2020, que o governo encaminhou no dia 01/04 ao Congresso. Essa Medida Provisória permitiu a redução em 50% das contribuições obrigatórias das empresas para o Sistema S por 3 meses. Essa regra não é válida para o Sebrae.

Segundo a entidade, um dos maiores empecilhos das pequenas empresas ao crédito são as garantias exigidas pelas instituições financeiras. Sendo assim, o socorro às micro e pequenas empresas deve começar com R$1 bilhão, viabilizando aproximadamente R$12 bilhões de alavancagem ao crédito para esses negócios.

Acima de tudo, o fundo pode alavancar empréstimos que cheguem de 8x a 12x o seu patrimônio. Além disso, atualmente o fundo está com R$470 milhões, mas, com a Medida Provisória, passará a ter mais R$500 milhões.

Se você tem um negócio, é interessante saber que tanto pequenas empresas quanto quem é MEI podem adiantar sua declaração de renda. Sabia disso?

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