
Você já reparou que quase nunca arredondamos o preço de algo quando o valor termina em 99 centavos (R$ 0,99)? E será por que isso acontece? A verdade é que essa é uma estratégia de venda para atrair os consumidores.
Um produto que custa R$4,99 não costuma ser visto com R$5,00. Mas, no final das contas, os preços que terminam assim só dão mesmo a impressão de serem mais baixos.
O impacto psicológico dos 99 centavos
Quando os vendedores precificam os produtos, ou seja, colocam preços, eles seguem uma série de regrinhas que torna tudo mais atrativo. Isso acontece com a maioria de nós, porque nosso cérebro tende a compreender que aquele valor é menor que o próximo número. Voltando aos R$4,99 do exemplo do início do texto, isso significa que vamos entender aquilo como mais próximo de quatro reais do que de cinco.
Você pode estar pensando que isso é um exagero, mas não é! Existem diversas pesquisas que vão mostrar que a aplicação dos 99 centavos aos finais dos preços impactam o comportamento dos consumidores. E hoje nós vamos entender algumas das explicações para isso, porque conhecimento financeiro nunca é demais, concorda?
O que é o efeito do dígito esquerdo?
Uma das explicações mais faladas sobre o impacto dos 99 centavos em nosso comportamento é chamada de “o efeito do dígito esquerdo”, que indica que os seres humanos se concentram mais no dígito mais à esquerda de um número. Nesse caso, em vez de arredondarmos o R$4,99 para R$5,00, vamos fazer uma leitura do R$4,00 de forma isolada.
E esse fenômeno não ocorre somente no Brasil, não! Em todo o mundo, com diferentes moedas, existe a sensação de que as pessoas arredondam o valor para o número da casa da esquerda. Como se não bastasse, os 99 centavos ainda podem ser lidos como uma pechincha, um desconto que temos ao comprar aquele produto. Interessante, não é mesmo?
Mais explicações sobre nossos comportamentos
Parece brincadeira, mas existe também uma explicação que vai trazer uma novidade: o preço de charme. Acredita-se que os números ímpares se mostram mais confiáveis, enquanto os pares podem ser percebidos de uma forma mais arbitrária. Somado a isso, tem se o fato de que podemos nos lembrar mais facilmente dos números ímpares, o que explica os 99 centavos ao final.
Essa combinação de fatores é levada a sério pelos vendedores. É até difícil encontrar preços que terminam sem os 99 centavos. Em uma televisão, por exemplo, podemos ver até o valor R$ 1.999,99, que vai te deixar mais próximo de mil reais do que o dobro (2 mil reais). Se você puxar na memória, é possível que se lembre de uma situação parecida.
O que podemos fazer?
Se tudo é pensado pra gente consumir mais, o que podemos fazer para economizar? Aqui vão algumas dicas: sempre pesquise os preços e tenha atenção aos dígitos, evitando fazer compras por impulso e porque os produtos parecem mais baratos que realmente são. Outra estratégia é não ser uma “vítima” das promoções.
Tem promoção e tudo está com 99 centavos ao final? Ok, mas isso não significa que você precisa levar tudo. Por isso, a velha e boa lista de compras é uma excelente estratégia para você não comprar aquilo que não precisa, só porque foi atraído por uma promoção.
Ainda no supermercado ou sacolão, sempre acompanhe o valor dos produtos no visor ou na nota, antes de deixar o estabelecimento. Muitas vezes, a pessoa responsável pelo caixa pode passar – sem maldade – o produto duas vezes ou o preço estar diferente do que aparece na gôndola.