02/10/2025
12h25
trabalhadores em aplicativos

A cada dia que passa, cresce o número de trabalhadores em aplicativos, mas essa não é apenas uma impressão que você tem ao sair de casa e ver muitas motos circulando com entregas de alimentos ou medicamentos, tampouco porque você vê muitas pessoas rodando com seus próprios carros para fazer transportes privados.

É sim verdade que essas pessoas fazem mais parte do nosso dia a dia do que antes, mas você já pensou por quais motivos os números de trabalhadores em aplicativos aumenta tanto? O que pode parecer conveniência e comodidade para nós pode não ser tão simples. É preciso observar de perto esse movimento que ocorre no mercado de trabalho brasileiro para entender as causas.

Dados sobre trabalhadores em aplicativos

Lembra que dissemos que o aumento de trabalhadores em aplicativos não era só uma impressão sua? Pois é… O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou dados que mostram exatamente isso: em apenas 10 anos, o número de pessoas trabalhando por aplicativos de transporte e entrega cresceu 170% em todo o país.

Em 2015, de acordo com os dados, estima-se que 770 mil pessoas tinham esse tipo de trabalho. Agora, em 2025, mais de 2,1 milhões de trabalhadores ganham a vida em aplicativos de entregas de comida e mercadorias ou transporte de objetos e passageiros.

Esse crescimento é positivo?

Imagine o mundo sem tecnologias… Agora, imagine um mundo sem os trabalhadores em aplicativos. Bom, provavelmente você deve ter reparado que sem esse tipo de serviços as cidades sofreriam muitos impactos.

Então, ao discutir os pontos positivos dos trabalhadores em aplicativos, vamos começar pelo principal que é a geração de empregos. O levantamento do Banco Central do Brasil sugere que sem as plataformas de serviços de transporte e entrega poderia haver muito mais desemprego no Brasil.

Isso porque os aplicativos atraem, muitas vezes, pessoas que estavam sem emprego, fora do mercado de trabalho. Ou seja, os aplicativos trazem sim novas oportunidades à economia brasileira, mas o que deve se discutir daqui pra frente é se os trabalhadores em aplicativos têm condições seguras e dignas de trabalho.

A luta pelo fim do trabalho precário

Como dissemos anteriormente, embora os aplicativos sejam uma importante fonte de emprego, é preciso lembrar uma preocupação que já está em debate entre as autoridades brasileiras: a precarização que é frequentemente vista no dia a dia dos profissionais dessa categoria,

É sabido que muitos dos trabalhadores enfrentam longas horas de trabalho para conseguir alcançar uma renda mínima, suficiente para o sustento de suas famílias. Mas não é só a jornada mais longa que preocupa, mas os baixos rendimentos desses profissionais, o que força o trabalho excessivo.

Em algumas críticas às empresas de tecnologia responsáveis pelos aplicativos, especialistas apontam que grande parte dos lucros é direcionado às corporações. Dessa forma, um dos pontos que devem ser considerados são os vínculos que existem com esses trabalhadores e as empresas e o equilíbrio entre o percentual cobrado para que o trabalhador seja cadastrado nessas plataformas.

Outro ponto é que muitos desses trabalhadores não contribuem com a Previdência Social, e a preocupação nesse caso não é só pela questão da aposentadoria, no futuro, mas a proteção de direitos básicos, como afastamentos remunerados em casos de acidentes, licenças médicas, entre outras necessidades.

Um assunto em movimento

Portanto, esse estudo chega com dados que mostram a importância de a sociedade discutir – urgentemente – formas de gerar condições mais justas para os trabalhadores que se dedicam aos aplicativos, uma atividade que se tornou essencial às cidades.

Por se tratar de uma discussão que envolve o governo, as empresas de tecnologia e mais de 2 milhões de brasileiros, nós seguiremos vendo mais capítulos sobre o tema. E esperamos, é claro, que os trabalhadores conquistem direitos básicos para que a economia siga aquecida, mas em condições dignas para todos.