O final do ano não é só tempo de festas, mas também a época em que as grandes consultorias divulgam as projeções de remuneração. Em 2026, no entanto, poucos trabalhadores deverão receber o tão sonhado aumento salarial, conforme mostra o levantamento “Guia Salarial 2026”, da Michael Page.
Posso esperar aumento salarial em 2026?
Os dados divulgados mostram que apenas uma a cada cinco empresas devem conceder algum tipo de aumento salarial aos trabalhadores. No mesmo levantamento feito no ano anterior, 30% da das empresas não planejavam fazer reajustes (além de aumentos que são obrigatórios, é claro).
Neste ano, contudo, 45% das empresas afirmam que não pretendem conceder aumento salarial aos seus funcionários. Desse modo, a expectativa para o próximo ano aponta para uma estabilização ou, no máximo, reajustes muito modestos, apenas para cobrir a inflação.
Conforme explica os executivos da Michael Page, empresa especializada em recrutamento de profissionais de alta a média gerência, o cenário é um reflexo da cautela das empresas em meio às incertezas do mercado econômico e a própria necessidade de aumentar a saúde financeira das corporações.
Profissionais buscam benefícios
A falta de aumento salarial gera insatisfação entre os profissionais. Afinal, quem não deseja ser reconhecido com um salário mais justo e maior que o do ano anterior? Para impedir que os trabalhadores fiquem totalmente desmotivados, as empresas estão apostando em benefícios não monetários como estratégia de retenção.
Em vez de investir em um aumento salarial que logo se dilui, as companhias miram na qualidade de vida. Dessa forma, os benefícios, ou “pacote de compensação”, passam a ser o grande diferencial para reverter a insatisfação. Eles tocam em pontos cruciais do dia a dia, desde a saúde mental até o desenvolvimento de novas habilidades profissionais.
Entre os benefícios mais valorizados, a flexibilidade tem sido campeã absoluta na retenção de talentos, como a possibilidade de trabalho híbrido ou totalmente remoto, que se tornou um fator decisivo para a aceitação de qualquer vaga hoje em dia – uma realidade que não é possível para muitos cargos e brasileiros.
Outros investimentos importantes das empresas são em programas de bem-estar, como saúde mental e programas de auxílio médico. O foco em planos de carreira e educação continuada também mostra ao profissional que a empresa investe em seu futuro, o que contribui para a retenção de talentos.
O que o profissional deve fazer?
Para o profissional, é fundamental aprender a negociar olhando para o pacote total, e não apenas para o salário bruto. Um bom plano de saúde ou um auxílio-educação podem valer muito mais do que um pequeno aumento nominal e que em termos práticos não fará tanta diferença assim.
É preciso calcular o valor percebido desses benefícios em sua vida pessoal e financeira. O salário é a base, claro, mas não é o único medidor da sua valorização profissional e do seu bem-estar diário. Pense nisso!