
Você já ouviu falar em ludopatia? Talvez você até desconheça o significado, mas saiba que estamos vivenciando no Brasil um boom de pessoas doentes devido a essa condição, sabia? Ludopatia nada mais é do que o vício em jogos, que ganhou uma nomenclatura específica entre as doenças reconhecidas mundialmente porque precisa ser tratado. Vamos entender um pouco mais sobre o assunto agora?
O que é a ludopatia?
Como adiantamos, a ludopatia é considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde, a OMS. Diferente do que muitas pessoas acreditam, esse vício em jogos e apostas não é só aquela chamada falta de vergonha na cara, mas um grande desafio que os países e as famílias precisam enfrentar com a expansão de jogos de azar para aplicativos que são fáceis de acessar diariamente.
De acordo com a definição, a ludopatia é uma condição médica que significa que uma pessoa tem o desejo incontrolável de seguir jogando. No Brasil, existem duas Classificações Internacionais de Doenças – o CID – que indicam que um cidadão sofre com essa condição, sendo ele o CID 10-Z72.6, que aponta a mania de jogo e apostas e o CID 10-F63.0, que aponta o jogo patológico.
Por que é importante identificar o vício como doença?
O primeiro ponto importante é que a ludopatia funciona como um vício e uma dependência similares àqueles que vemos em pessoas que não conseguem deixar de usar drogas ou ingerir bebidas alcóolicas. Ou seja, estamos falando aqui de uma questão tão grave quanto a dependência química, que afeta negativamente milhares de pessoas e famílias brasileiras.
Diferente do vício de se drogar ou embebedar, a ludopatia é uma doença que traz a dependência de uma sensação (a emoção de jogar) e não de um produto. Essa emoção causa grandes impactos em nosso cérebro e ativa o que os estudiosos chamam de sistema de recompensa.
De forma muito simples, saiba que liberamos dopamina, um hormônio “prazeroso”, quando fazemos algo que nos deixa muito felizes. Pode ser comer um doce, praticar esporte, estar em um momento amoroso e íntimo e muitas outras possibilidades.
Contudo, alguma situações ou substâncias liberam mais desse hormônio e por isso queremos sempre repetir aquela sensação. Assim, os jogadores não querem parar mais de apostar. Na ludopatia – e em outras doenças relacionadas aos vícios – as pessoas perdem parte de suas capacidades cognitivas (param de pensar mais racionalmente).
Os riscos do vício
Se paramos de pensar de forma mais racional, é muito provável que a ludopatia nos leve a decisões arriscadas, que logo serão ignoradas pelo desejo contínuo de jogar mais. Com o pensamento reduzido, as consequências são conhecidas: não são raros os casos de pessoas que perdem tudo para o jogo e acabam com altas dívidas.
Sair desse ciclo, ao longo do tempo, se torna cada vez mais difícil, e os problemas se acumulam com o endividamento, a perda de relações sociais, já que os indivíduos se concentram apenas em jogar, jogar e mais nada.
O que fazer em meio à doença?
Identificar a ludopatia como doença significa abrir um caminho de tratamento para pessoas que apresentam sintomas como esses: pensamento obsessivo sobre jogos; dificuldade de manter relacionamentos; contratação de empréstimos para arcar com custos de jogos; sentimento contínuo de recuperação de valores perdidos; entre outros.
Ao identificar sintomas como esses, as pessoas precisam buscar apoio médico, psicológico e, principalmente, de suas famílias, já que serão elas que ajudarão no controle diário do tempo passado em jogos.
Além disso, caso haja outras doenças associadas, como a ansiedade, o profissional de saúde poderá unir diferentes tratamentos para apoiar os pacientes até a cura da ludopatia.