02/10/2025
16h52
pernas inquietas (1)

Você já sentiu aquela necessidade incontrolável de mexer as pernas na hora de deitar? Uma sensação de desconforto tão grande que te impede de relaxar? Se sim, você pode estar com a Síndrome das Pernas Inquietas (SPI), também conhecida como doença de Willis-Ekbom.

Mas calma, porque aqui não estamos falando de uma mania. A SPI não é caracterizada só pela “agitação”. Essa é uma condição neurológica real, que provoca um impulso muito forte para movimentar as pernas, especialmente quando o corpo está em repouso, como à noite na cama.

Para se ter ideia da seriedade da síndrome – e conforme dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia -, estima-se que a condição atinja entre 4% e 29% dos adultos em países desenvolvidos. Por isso, vamos entender um pouco mais sobre o tema hoje.

As mulheres sofrem mais com a Síndrome das Pernas Inquietas?

Sim, é verdade que as mulheres são as mais atingidas pela Síndrome das Pernas Inquietas. E, de acordo com os especialistas, a principal razão para isso é uma questão de saúde: a deficiência de ferro. O ferro é fundamental para a produção de dopamina, uma molécula que o cérebro usa para controlar os movimentos.

Como as mulheres menstruam todos os meses, elas são mais propensas a desenvolver um quadro de anemia ou deficiência de ferro. Ou seja, essa carência de ferro afeta a produção de dopamina e, assim, o risco de ter a SPI aumenta.

A situação é ainda mais crítica durante a gravidez, quando as mulheres acabam dividindo os nutrientes com o bebê. Nesses casos, estima-se que até 25% das grávidas apresentam a síndrome das pernas inquietas, já que a anemia costuma ser ainda pior – ou mais frequente – nesse período.

Quais os impactos da síndrome no dia a dia?

A SPI não fica só nas pernas. Por acontecer principalmente quando a pessoa está em repouso, ela atrapalha muito o sono, e é justamente aqui que mora o problema. Em casos mais sérios, a doença pode causar distúrbios do sono significativos, o que leva a outros problemas de saúde: cansaço durante o dia, mudanças de humor e até dificuldade de concentração (cognição).

Se o seu sono é constantemente interrompido por essa necessidade de mexer as pernas, é um sinal de que a doença está afetando sua qualidade de vida. Nesses casos, o fundamental é buscar ajuda médica para entender o melhor tratamento.

Como funciona o tratamento?

Apesar de a síndrome não ter cura, a boa notícia é que ela tem tratamento! Por isso, assim que você começar a perceber que esses movimentos atrapalham seu sono ou a sua rotina, procure um médico. É importante que você relate esse sintoma de pernas inquietas, pois nem todo médico pergunta sobre isso.

Aliás, em uma consulta médica, sempre conte todos os seus sintomas para facilitar a formação de um diagnóstico. Muitas pessoas sentem vergonha de falar com profissionais de saúde, mas, pelo bem da sua saúde, perca logo esse medo, combinado?

Com o diagnóstico correto, é possível iniciar um tratamento que ajude a controlar os sintomas. As indicações podem incluir prática de exercícios e alongamentos; reposição de ferro; hábitos mais saudáveis de sono; suspensão de cafeínas e nicotina; e até mesmo medicamentos.

O mais importante é seguir as recomendações médicas para tratar a síndrome das pernas inquietas e garantir que você esteja sempre bem nutrida – ou nutrido – e consiga ter uma boa noite de sono todos os dias.