03/10/2025
13h33
proibição de telas

Você se lembra de definição recente e polêmica sobre a proibição de telas em salas de aula? Bom, esse debate ganhou força depois que uma lei foi aprovada e passou a valer desde janeiro de 2025 em todo o Brasil. Mas você acha que isso surtiu algum efeito positivo? É isso que vamos trazer hoje em nosso artigo.

Mas, antes, vamos fazer uma pequena reflexão: você consegue se concentrar e aprender sobre outras coisas quando está mexendo no celular? Seja sincero… Provavelmente, a resposta é não, correto? Porque nós realmente vamos ter dificuldades de fazer muitas coisas ao mesmo tempo.

E se pensarmos nas crianças e adolescentes, vamos entender que a proibição de telas precisa acontecer, pois, do contrário, elas vão ter grandes dificuldades de aprender na escola. Além disso, esse controle em sala de aula se torna muito complicado para os professores, o que torna essa lei muito positiva.

A proibição de telas já trouxe bons resultados?

Sim, a proibição de telas já consegue nos trazer bons resultados. É isso que aponta uma pesquisa realizada pela Frente Parlamentar Mista da Educação, em parceria com o Equidade.info (aquelas empresas responsáveis por pesquisas de rua).

É claro que essa é uma avaliação inicial, mas já sinalizada muitas coisas positivas, e é por isso que vamos ver alguns dos dados agora – mas perceba que esse é um primeiro passo, pois há novos campos de melhorias que devem ser tratados daqui pra frente.

80% dos alunos sentem mais foco agora

Os dados levantados mostram que a proibição de telas teve um impacto direto na capacidade de atenção dos estudantes. Mais de 80% dos alunos brasileiros – aqueles que responderam a pesquisa e fazem parte da amostra – afirmam que têm prestado mais atenção nas aulas depois que os aparelhos foram restritos.

Essa percepção positiva é ainda mais acentuada nos anos iniciais do Ensino Fundamental I, já que os dados mostram que 88% dos estudantes perceberam uma melhora no foco. No Ensino Médio, anos em que a distração é frequentemente maior, 70% dos alunos também relataram ter sentido mudanças para melhor sem os celulares.

A restrição foi considerada uma política que ajuda a garantir um ambiente mais saudável e concentrado no aprendizado. Os resultados confirmam a visão dos defensores da medida, de que a educação precisa ser prioridade e com políticas que ajudem a preparar o futuro dos jovens

Redução do bullying virtual

A pesquisa também apontou um avanço importante no ambiente escolar: cerca de 77% dos gestores e 65% dos professores relataram uma diminuição do bullying virtual dentro das escolas, o que sugere que a proibição de telas contribui para que as crianças e adolescentes parassem de fazer piadas com coisas da internet.

No entanto, é preciso ter cautela ao analisar esse dado, já que apenas 41% dos alunos afirmaram sentir essa diferença em relação ao bullying. É possível ainda que muitos dos conflitos virtuais podem não ser percebidos ou relatados aos adultos da escola, um problema crônico e silencioso que as escolas ainda precisam entender como melhorar.

Em relação ao comportamento dos estudantes, o estudo notou que os avanços não foram uniformes no país, indicando que a eficácia da medida pode variar por região. O Nordeste se destacou de forma positiva, com 87% de avanço no ambiente escolar. Já o Centro-Oeste e o Sudeste tiveram o menor índice de melhora, embora ainda em patamares elevados (82%).

Tédio também é um relato dos estudantes

Apesar dos ganhos em atenção, a restrição trouxe novos desafios para o cotidiano escolar. O tédio cresceu entre os alunos, com 44% afirmando sentir mais tédio durante os intervalos e recreios. Esse tédio foi mais notado pelos estudantes do Ensino Fundamental I (47%).

Além disso, 49% dos professores relataram um aumento da ansiedade entre os estudantes com a ausência do celular, o que também pode dificultar a rotina de aprendizado dos alunos. Ou seja, a proibição de telas precisa ser trabalhada com a avaliação de muita outras questões.

Essa combinação de tédio e ansiedade com a ausência do aparelho indica que a restrição, embora positiva, “sozinha não basta”. As escolas agora têm o desafio de repensar a conexão com os alunos e criar alternativas de interação e estratégias específicas para cada faixa etária.

Se você tiver filhos em casa, faça essas perguntas para entender como a proibição de telas alterou a vida dele e esteja sempre aberto ao diálogo para saber como apoiar em relatos de ansiedade.