A economia, seja a global ou a nossa do dia a dia, é um sistema complexo que afeta a vida de todos nós. Dentro desse sistema, nenhum conceito é tão sentido no cotidiano quanto a inflação, ou, mais precisamente, as variações da inflação.
Para a maioria das pessoas, isso é o que define o quanto o dinheiro no bolso compra no mercado ou o valor final de um produto. Desse modo, a inflação se torna o principal indicador de nosso poder de compra.
É um erro ignorar a dinâmica das variações da inflação, pois é essa métrica que orienta as grandes decisões financeiras e ela afeta desde as escolhas do governo até o planejamento financeiro das famílias. A inflação, em sua essência, representa o aumento constante e generalizado dos preços de bens e serviços.
As variações da inflação descrevem a força e o sentido desse movimento. Elas podem indicar um aumento moderado ou até uma queda nos preços, que chamamos de deflação. Saber disso é importante, pois uma inflação baixa e estável costuma ser um sinal de que a economia cresce de forma saudável.
Contudo, grandes variações da inflação indicam desequilíbrios profundos. Esses problemas precisam ser resolvidos rapidamente para garantir a estabilidade econômica. Vamos conversar sobre o assunto?
O que causa as variações da inflação?
As origens das variações da inflação podem ser agrupadas em três tipos principais:
- Inflação de demanda: ela surge quando há excesso de dinheiro circulando e as pessoas querem comprar mais do que a economia consegue produzir. Esse cenário é comum em épocas de muito crédito ou forte crescimento.
- Inflação de custos: ela ocorre quando os custos de produção das empresas sobem muito. Isso pode ser devido ao aumento do preço de matérias-primas, energia ou mesmo salários.
- Inflação inercial: se baseia em expectativas. Se as empresas e os trabalhadores esperam que a inflação continue alta, eles se adiantam.
O lado ruim da queda de preços: a deflação
Muitas vezes, a deflação, a queda geral dos preços, parece ser uma notícia excelente, mas esconde um risco sério para a economia. As variações da inflação para o campo negativo indicam que a demanda está muito fraca. Isso obriga as empresas a baixar preços para conseguir vender seus produtos parados. Essa situação, contudo, tem o poder de travar toda a atividade econômica do país.
Quando o consumidor acredita que os preços vão cair mais ainda, ele adia a compra, esperando o momento mais vantajoso. Esse adiamento reduz o consumo, diminui o lucro das empresas e pode levar a demissões e cortes na produção.
O controle das variações da inflação pelo Banco Central
A principal ferramenta para o Banco Central controlar as variações da inflação é a política monetária, focada na taxa básica de juros, a Selic. Quando a inflação dispara, o Banco Central eleva a Selic e esse aumento encarece o crédito para todos. O objetivo é frear o consumo e o investimento para, assim, diminuir a demanda na economia. Com a demanda mais baixa, a pressão sobre os preços é aliviada.
Em um cenário oposto, de baixo crescimento ou deflação, o Banco Central reduz a Selic. O crédito fica mais barato, incentivando o investimento e o gasto, e assim reaquecendo a economia. O grande desafio da instituição é manter a inflação dentro da meta. Para isso, o Banco Central deve ajustar os juros com precisão, evitando a estagnação e o descontrole.
A proteção dos seus investimentos
Para quem investe, as variações da inflação são uma preocupação constante. A inflação tem o poder de corroer o valor real do dinheiro e, consequentemente, o rendimento real dos seus investimentos.
Analisar as expectativas futuras para as variações da inflação deve ser sempre o ponto de partida. O segredo para o sucesso financeiro a longo prazo é garantir que o seu dinheiro sempre renda mais do que a inflação.