15/07/2020
08h00
MEI

Financiamentos com linhas de crédito solicitados pelas indústrias de pequeno porte foram recusados de acordo com pesquisa do Sindicato de Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi).

Segundo análise do Datafolha, apresentou-se que somente 4% obtiveram financiamento com esse tipo de linha, 64% não buscaram por elas e 1% esperavam aprovação.

O Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) oferece as linhas que dispõem de garantia do governo federal para as empresas. Esse programa utiliza de recursos do Tesouro para assegurar os empréstimos e a linha que financia a folha de pagamento.

Na última análise, 17 a 25 de junho, foram escutadas 258 empresas em São Paulo. Essa é realizada quinzenalmente.

No final do mês passado, 79% das empresas desse porte estavam sem disponibilidade ao crédito, alto grau ainda, apesar do avanço em relação aos aproximadamente 90% verificados nas análises feitas de abril à primeira quinzena de junho.

Apenas 14% das indústrias declararam receber comunicado da Receita Federal sobre o Pronampe, até o dia 25.

Esse comunicado é um documento transportado via Correio para as indústrias do Simples Nacional ou sistema e-CAC, para as outras, contendo o valor da receita bruta, de acordo com as declarações desses colaboradores ao Fisco, possibilitando a análise de crédito junto às entidades financeiras.

A Receita declarou ao Simpi que foi enviado o comunicado a todos os dirigentes das empresas no mês de junho, diz presidente do Simpi.

Somente o Banco do Brasil, a Caixa Econômica e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais operam esta linha, até o momento.

O Ministério da Economia comunicou que a linha de crédito está executando sua função plenamente e apontou R$ 2 bilhões desembolsados apenas na última segunda-feira (6).

Assim, foi concedido R$ 3,3 bilhões no total. A linha de crédito compreende R$ 15,9 bilhões, e será necessário complementar esse valor de acordo com o governo.

De acordo com Couri, algumas empresas pontuaram que o documento da Receita foi recebido, porém, não havia o valor certo, equivalente a 30% do faturamento.

A partir da análise realizada foi apresentado que 61% das indústrias possuem interesse nesta linha. A ocorrência de não ter instituições privadas utilizando a linha traz preocupação, já que as instituições públicas não tem como atenderem a essa demanda sozinhas, de acordo com o presidente da Simpi.

“Torcemos para que o sistema financeiro libere esses empréstimos e o dinheiro chegue na ponta. Temos até hoje muitos bancos que não aderiram, entre eles, os maiores privados. Até o momento, o que tem sido feito é renegociação e alongamento de prazos, mas crédito novo para MPE está extremamente difícil” declara o presidente do Simpi.

“Se o dinheiro não chegar na porta rapidamente, os resultados serão muito ruins”.

Cerca de 35% das empresas já despediram funcionários desde o começo da crise provocada pelo coronavírus, em que 21% despediram por volta de 30% do seu pessoal, de acordo ainda com a análise.

Em abril, o índice de empresas paradas reduziu de 29% para 13%, mas há mais empresas que atuam com a maior parte das atividades pausadas, foi de 30% para 36% nessa mesma comparação.

Dos entrevistados, a maior parte, 55%, afirmou que a condição das empresas não iria ter nenhuma mudança, nem para melhor, nem para pior nos 10 dias seguintes à pesquisa.

As empresas que pontuaram estar em risco de quebrar nos 30 dias restantes correspondem a 14%, e as que mostram em risco de recuperação judicial correspondem a 11%.

De todos os entrevistados, 67% pontuou que havia algum fornecedor ou cliente que quebrou ou está em recuperação judicial neste momento de crise.

“Você tem 25% das empresas que, nos próximos 30 dias, se não chegar dinheiro na ponta, vão entrar com pedido de recuperação judicial ou falência. Se olhar para trás, somando recuperação e falência de clientes e fornecedores, está tendo uma quebra na cadeira produtiva” de acordo com Couri.

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Opinião do Autor

A pesquisa revela que muitas pequenas empresas estão enfrentando dificuldades para obter financiamento com garantia, o que pode afetar sua capacidade de sobrevivência durante a crise econômica.

Por que ler este conteúdo?

Descubra os desafios enfrentados pelas pequenas empresas de SP ao tentar obter financiamento com garantia e como isso pode impactar sua sobrevivência durante a crise econômica.